Um veloz do asfalto

É na garagem que o Passat Pointer 89, de seu Flávio Guazzelli, passa a maior parte do tempo, resguardado.  Fica até 15 dias em repouso. Tudo isto para ser conservado

01/02/2013 Inegociáveis Giana Pontalti Barbara Dutra

Nos últimos anos, o Brasil bateu recordes de vendas de carros. Com a economia estável e incentivo governamental, o consumo de veículos disparou, lotando nossas estradas e garagens. E é justamente na garagem que o Passat Pointer 89, de seu Flávio Guazzelli, passa a maior parte do tempo, resguardado. Fica até 15 dias em repouso. Tudo isto para ser conservado.

“Eu comprei o Passat de meu filho. Faz uns vinte e poucos anos e até hoje nunca me incomodou. Por que é que vou vender um carro que me serve bem?”

diz o pecuarista que não vê motivo em se desfazer do carro enquanto ele tiver utilidade, dando um exemplo de sustentabilidade na prática. E não é só com o Passat que seu Flávio pensa assim. Em sua casa, muitos utensílios são antigos, mas tudo está em pleno funcionamento.

O funcionamento do motor do Pointer, seu Flávio faz questão de mostrar. Convidou-me a ir de carona para a seção de fotos para sentir a arrancada do motor 1.8.

“Dá um pouco de trabalho nos dias frios por causa do álcool. Mas ele pega tranquilo e anda muito bem”, conta

Aos 82 anos, seu Flávio se emociona na direção do pointer como um garoto de 18. “Gosto de ir a Xanxerê visitar minha filha com o Passat. Faço os 400 km em 4 horas” conta orgulhoso. Apesar de rodar com o carro sem dó em viagens, pouco o usa em Vacaria. O poupa de tudo. Estrada de chão? Nunca pegou. Fumar dentro? Proibido. Viajar com mais de duas pessoas? Não pode, pois pode sobrecarregar o carro. Paralelepípedo? É evitado. São por estas e outras atitudes que o Passat está impecável.

O motor vai bem. Os acabamentos também. A lataria está em bom estado e continua com o cinza chumbo original. Internamente, os clássicos bancos listrados de vermelho estão intactos. E o rádio de fita K7 toca normalmente. E se depender da vitalidade de seu Flávio, vai tocar ainda, muito mais do que os 86 mil quilômetros atuais.

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