Um sonho de consumo

Ronaldo Boff sempre foi admirador do Maverick e seu sonho: um GT 302 V8, vermelho. Em 1992, com apenas 20 anos e determinado a rodar pelas ruas de Vacaria com um esportivo de causar inveja a qualquer garoto, adquiriu o seu

01/12/2011 Inegociáveis Aline Giusti Vinicius Todeschini

“Mal posso esperar para completar 18 anos e tirar a carteira de motorista”.

Com certeza você já ouviu essa frase. É o sonho de qualquer menino. E depois, comprar um carro. De preferência, novo. Ou não, há quem troque um carro zero, por um clássico dos carros antigos.
Ronaldo Boff sempre foi admirador do Maverick e seu sonho: um GT 302 V8, vermelho. Em 1992, com apenas 20 anos e determinado a rodar pelas ruas de Vacaria com um esportivo de causar inveja a qualquer garoto, adquiriu o seu. Apenas dois proprietários, praticamente zero, ano 1974 e amarelo. A cor foi apenas um detalhe, Ronaldo logo tratou de transformá-lo em vermelho.

“São quase 20 anos de Maverick, não costumo expor nos eventos de carros antigos e nem sair muito com ele. Está com pouca originalidade porque o deixei bem como eu queria. Precisa de alguns reparos, mas falta tempo. Logo, vou dar uma melhorada nele”, conta.


Justamente por não se prender a originalidade do carro, que o Maverick de Ronaldo costuma entortar muito pescoço por onde passa. Ele lembra da viagem para Frederico Westphalen, quando o carro apagou e algumas pessoas pararam na estrada. Não para ajudá-lo, mas para “babar” na máquina. “Achei que o problema fosse no tanque de gasolina e parei para verificar. Fiquei preocupado porque ele jamais havia dado problema. Estava muito irritado e várias pessoas paravam. Não queriam ajudar, apenas ficar olhando e perguntando sobre o carro”, lembra. O que havia acontecido, pura vaidade. Um pedaço do algodão utilizado para encerar o carro, entrou no tanque e trancou a mangueira.
Embora não admita, o ciúme que Ronaldo possui pelo veículo é evidente. Os filhos mais velhos, Maurício 19 anos, e Diego, 16 anos, ainda não tiveram o prazer de pilotar a máquina. Mas, Ronaldo diz que é apenas cuidado de pai.

“O Maurício e o Diego sempre gostaram muito do Maverick. Ainda engatinhando, o Diego sempre estava em volta do carro querendo ajudar a consertar e a limpar. Mas eles são muito novos ainda, quando tiverem mais juízo certamente vou emprestar”, brinca.

É impressionante como existem carros que, mesmo tendo sido produzidos há mais de três décadas atrás, nunca envelhecem. Esse é o caso do Maverick, que continua sendo o sonho de consumo de muitos motoristas. Tomara que não demore muito para Maurício e Diego esbanjarem a imponência do carro pelas ruas de Vacaria e, assim como o pai, causarem muito torcicolo por aí.

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