Da carroça ao caminhão

Diante de tanta oferta de veículos nos dias de hoje é difícil imaginar quão raros eles foram um dia. No Brasil rural da década de 20 quem dominava as estradas eram as carroças e os valentes cavalos. As vias eram estreitas, o chão batido e os homens não tinham tanta pressa assim

30/06/2011 Inegociáveis Giana Pontalti Vinicius Todeschini

É surpreendente imaginar que alguma montadora ousaria lançar um caminhão capaz de atingir a velocidade máxima de 40 km/h. A International lançou, mas tal velocidade, na época, era sinônimo de alto desempenho. O Six Speed foi um dos primeiros veículos de carga a substituir a tração animal.

“Imagina conseguir puxar uma carga de dois mil quilos em uma só vez, era uma revolução para a época”, conta Franco Francisco Stedile, 54 anos, colecionador de raridades.


O caminhão de 1927 é raro, não só por ser antigo. É o único que se tem notícia na América Latina. Pesquisas recentes na internet apontam somente seis iguais a esse no mundo. Com tão poucos é possível imaginar o trabalho que dá restaurar um veículo assim. “Trouxemos peças de muitos países e muitas outras já não existem. Aquelas que não encontramos, produzimos. Todas as peças do Six Speed foram feitas em Vacaria”, revela Franco. Foi justamente o desafio de fazer um Six Speed fiel ao modelo lançado que motivou o empresário. “Passo muito tempo pesquisando. Gosto mais de buscar informações e ver o que idealizamos se concretizando do que ver o veículo finalizado” confessa o empresário.
Raro é também o tamanho do veículo. Para quem o vê de perto questiona se é mesmo um caminhão. Seu porte é minúsculo. “O caminhão é pequeno porque as estradas também eram. Mas também porque seus idealizadores tinham a carroça como referência”, explica o dono. Além do tamanho, chama atenção a caçamba e parte das rodas, que são feitas de madeira. Internamente, ganha destaque a direção, que fica do lado direito, ao estilo inglês. O banco é de couro de búfalo. E a cabine é bastante apertada.

“O pessoal da época certamente tinha menor estatura e também menos barriga” brinca Stedile, que mal consegue ficar atrás do volante


Stedile é apaixonado por carros desde criança e gosta mais dos agressivos dos que os antigos. Por que então restaurar um caminhão de 27? “Porque é uma raridade e tem muita história”, confessa Franco. E é o preferido da coleção? “Carro é como filho, depois que você tem mais de um não pode apontar uma preferência, todos são especiais”, finaliza ele.

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