Um hobby que virou profissão

Bruno Dal Molin tem apenas vinte e oito anos e descobriu um novo mercado através da cutelaria

01/12/2017 Artistas Carolina Padilha Alves

A cutelaria é considerada o ofício ou a arte de fazer instrumentos de corte, como facas, facões, espadas, adagas, machados e demais variações. Esta arte é feita sem a ajuda de muitos maquinários e a maior parte do trabalho é manual, o que impossibilita que os objetos sejam produzidos em grande número. Esse é o caso de Bruno, que produz facas exclusivas para seus clientes.

Há dois anos o cuteleiro se interessou pela atividade quando viu alguns vídeos na internet, de um profissional fazendo uma faca e, então, buscou orientações do amigo e também cuteleiro Rogério Pellin, de Antônio Prado, para ter seu primeiro contato com a profissão. Como Bruno já tinha uma forja a carvão em casa, pois costumava fazer talhadeiras para seu pai trabalhar, ficou mais fácil dar início ao que viria ser sua paixão.

Buscando aperfeiçoamento, Bruno fez um curso de sete dias com um dos melhores cuteleiros do Brasil, Ronaldo Franceschi, onde aprendeu a importância de cada processo e intensificou sua vontade de atingir a perfeição em seus produtos.

“Antes da beleza da faca, vem a funcionalidade. Ela precisa ser útil ao seu dono, exercendo sua principal função de corte, pois de nada adianta um material lindo que não poderá ser verdadeiramente usado”, ressalta.

A matéria prima usada para a produção dos cabos varia entre madeira e ossos, como canela de girafa, vindas da África e Estados Unidos, marfim, importado da Sibéria, chifres e outras iguarias, da Índia. “Nesses lugares são feitas escavações e nelas são encontrados fósseis e materiais milenares, os quais são destinados a cutelaria, na maioria dos casos”, explica Bruno. Os modelos mais pedidos são o de caça, modelo gaúcho e bushcraft que é uma faca conhecida por ser de porte pequeno e utilizada por pessoas que moram ou trabalham no campo.

Além das facas, Bruno gosta de construir coisas com suas próprias mãos. Por isso, para aprimorar seu trabalho, ele construiu seu maquinário.

“Fui nos ferros velhos e peguei peças chaves para montar a lixadeira, o martelete e a forja à gás, que me ajudam a tornar a produção mais rápida e precisa”, diz Bruno.

Pelo fato de seu trabalho ser quase todo por encomenda, Bruno não possui um estoque grande de facas para demonstração. Porém, ano que vem sua vontade é de expor algumas peças no Salão Paulista de Cutelaria, onde são entregues prêmios para os trabalhos que mais se destacam em cada categoria.

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