Talentos mirins

No mês que comemoramos o Dia das Crianças, trazemos histórias de pequenos vacarienses que possuem aptidões artísticas e enchem seus pais de orgulho

01/10/2017 Especiais Carolina Padilha Alves Bruna Bueno

A arte de declamar

Com apenas dez anos de idade, Lívia Castilhos se destaca quando o assunto é danças gauchescas e declamação. Participando do CTG Porteira do Rio Grande desde os quatro anos, descobriu no tradicionalismo sua paixão pela arte. “No início eu apenas dançava e não queria declamar, mas cantar. Porém, a tia Márcia Nunes, responsável pelo nosso treinamento, me convidou para tentar a declamação e eu acabei gostando”, relata a pequena.

A estreia despretensiosa de Lívia como declamadora aconteceu no último Rodeio Internacional de Vacaria, em 2016.

“O talento da minha filha foi uma verdadeira surpresa, pois em sua primeira competição declamando, já ganhou o segundo lugar. De lá pra cá, já recebeu dez troféus, entre as danças e a declamação”, lembra Andrea, a mãe orgulhosa.

Declamar é uma arte difícil e precisa de muito treino e dedicação, além do dom para interpretação. Com a ajuda da mãe, a pequena procura compreender o significado das poesias, antes de ensaiar as declamações. “Depois que eu entendi, eu decoro verso por verso, depois passo para a estrofe inteira até acabar a poesia. Prefiro sempre as mais dramáticas”, confessa Lívia.

A garotinha mantém uma rotina bastante apurada, com ensaios de dança duas vezes por semana, colégio, preparo das declamações à noite e participação em rodeios e competições nos finais de semana. Lívia e sua família querem perpetuar, por muitos anos, o tradicionalismo por meio da cultura gaúcha e sua arte na dança e declamação.

Gaiteiro desde cedo

Arthur dos Santos Hoffmann tem onze anos e com apenas seis começou a tocar gaita de fole. O gosto pela música vem de família, já que muitos parentes também são músicos. “Meu avô tocava gaita, meu tio e meu pai são instrumentistas, por isso, me interessei pela música mesmo antes de saber ler e escrever”, conta Arthur.

Edson, pai do pequeno gaiteiro, sempre teve o costume de comprar DVDs para assistir em casa. Então Arthur, em um de seus aniversários, pediu um exemplar dos Monarcas de presente, o qual assistia dançando e fingindo que o cabo de vassoura era o seu instrumento. Notando sua habilidade musical, os pais o matricularam na escola Talentos, onde aprendeu as primeiras notas com o professor Benito, também gaiteiro do grupo Os Vacarianos.

No final de 2015, Arthur entrou para o CTG Vacaria dos Pinhais, onde participou por seis meses. Depois decidiu se dedicar unicamente à música.

“O meu filho tem muita aptidão instrumental e realmente nos surpreendeu. É lindo ver crianças tocando, mas quando é o filho da gente, fica mais lindo ainda”, emociona-se Madelaine, a mãe incentivadora.

 Arthur foi aluno do professor Lauvir Siqueira e hoje faz aulas com o professor Sérgio Barreto. Já participou de recitais, mas nunca chegou a competir em concursos, pois é preciso estar vinculado a uma entidade tradicionalista para se inscrever.

O menino, que também quer aprender bateria, se inspira em bandas como Chiquito e Bordoneio e Os Monarcas. “Um dia, quem sabe, eu consiga fazer parte de uma banda tradicionalista”, sonha Arthur, que já faz planos musicais para quando crescer.

Paixão pela guitarra

Yasmin Xavier Paim tem dez anos e começou a fazer aulas de canto com seis, na escola Talentos. Com potencial e vontade de aprender coisas novas, Yasmin se interessou por instrumentos de corda. “Toda vez que eu saía da aula de canto eu via os outros alunos na aula de violão e me dava muita vontade de aprender a tocar também. Foi então que comecei as aulas de guitarra, pois o som tem mais a ver comigo”, explica.

Como incentivo, Sibele, mãe de Yasmin, deu à menina uma guitarra de presente de aniversário. Para a pequena, foi o melhor presente que ela poderia ter ganhado: “Acordei e o instrumento estava escorado na parede com um bilhete. Minha guitarra é linda, jamais vou me desfazer dela”.

Yasmin estuda atualmente com o professor Thiago Carlotto, o qual é responsável por escolher as músicas do repertório da menina. Com muita facilidade para línguas, a pequena escuta, canta e toca músicas internacionais, além de fazer aula de inglês duas vezes por semana. MPB e músicas tradicionalistas também estão entre seus estilos preferidos.

“Nossa filha nunca gostou de músicas infantis. Desde cedo já notamos a facilidade dela em cantar músicas para adultos em outras línguas”, relembra Sibele.

Geralmente a guitarra é ligada ao gênero masculino, pelo som forte que produz e a maneira intensa de tocá-la. Porém, Yasmin nos mostra que não há limitações quando o assunto é música e que seus planos vão muito além do que seus pais imaginavam. “Quero participar do The Voice Kids ano que vem e pretendo tocar violino”, almeja a pequena cantora e instrumentista.

Pintora e escultora

Ana Luísa Godinho Kuse tem dez anos e desde os seis participa de um projeto no Ateliê de Vacaria chamado O Fantástico Mundo da Arte, voltado para o público infantil. O interesse de Ana pelo mundo artístico, principalmente por desenho e pintura, apareceu ainda em casa, por influência de sua tia Lisiane, que também é pintora. Foi então que sua mãe Maisa resolveu inscrevê-la no curso. “A Adriana Andreola, responsável pelo Atelier, avisou minha mãe que esse curso estava começando e me inscreveu. Hoje já pinto com aquarela, faço esculturas e estou me aprofundando no desenho livre”, detalha a garotinha.

A pequena artista plástica destaca o workshop que fez com Antonio Giacomin, renomado aquarelista gaúcho, como sendo um momento importante em sua vida. “Quem o trouxe para a cidade foi a Teia Desenvolvimento Humano e com ele aprendi muitas técnicas que jamais esquecerei”, lembra. Outros professores importantes em sua caminhada foram Filipe Vebber e Karem Sartor.

O envolvimento de Ana com as artes não para por aí. A aluna fez aulas de ballet, atualmente faz jazz e quer aprender origami.

“Acredito que essa geração tem um futuro brilhante em meio à cultura. Os professores, hoje em dia, ensinam muito mais do que pintar e desenhar. Eles mostram a importância e o significado de cada coisa”, destaca Maisa.

No final de cada semestre acontece uma exposição dos projetos e trabalhos finalizados pelas crianças do Ateliê para visitação e apreciação do público. Este evento desperta a vontade de Ana Luísa em ter sua própria exposição daqui uns anos: “Um dia, depois de treinar bastante, gostaria de ter minhas esculturas em uma exibição com meu nome”, almeja.

 

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