O acalento da alma

Gustavo Telles é mais um dos talentos vacarianos que orgulham nossa cidade. Com a banda de rock instrumental Pata de Elefante, ele circulou por diversos estados do país e ganhou prêmios importantes. Agora, o foco é o trabalho solo, Gustavo Telles & Os Escolhidos, e o quinto disco que já está em processo de gravação

01/07/2021 Artistas Carolina Padilha Alves

Multi-instrumentista, cantor e compositor, Gustavo Telles, o nosso querido “Prego”, tem como instrumento do coração, a bateria. O artista, que começou a atuar na música aos quinze anos, em Vacaria, destacou-se no cenário Porto Alegrense a partir de 2002, com a banda de rock instrumental Pata de Elefante. O grupo circulou por vários estados do Brasil, lançou quatro discos e ganhou prêmios importantes como o VMB 2009 (MTV) de Melhor Banda Instrumental, o Açorianos de Música de Porto Alegre, Revelação em 2005 e Melhor Disco Instrumental em 2011.

“Fui pra Porto Alegre para estudar jornalismo, mas minha cabeça sempre esteve voltada à música, eu sabia que queria seguir esse caminho. Quando me formei, a Pata de Elefante estava dando seus primeiros passos. Em pouco tempo, já existia um burburinho em torno da banda, e eu acabei me jogando de verdade na música”, relembra ele.

A Pata de Elefante parou em 2013, mas retornou em outubro de 2016 e fez uma série de shows pelo país. Um ano depois, Telles se desligou da banda.

O projeto solo do artista teve início em 2009, acompanhado pela banda Os Escolhidos, que sempre teve formação flutuante, contando com excelentes músicos da cena roqueira gaúcha. Neste trabalho, Gustavo solta a voz e mostra suas composições. Aliás, compor é o que ele mais gosta de fazer.

Influenciado pelo country-rock e folk-rock, o álbum "Do seu amor, primeiro é você quem precisa” (2010) integra a lista dos 100 Grandes Álbuns do Rock Gaúcho, divulgada no início de 2021 e que dará origem ao livro de mesmo nome. O primeiro disco da Pata de Elefante também está nessa lista.

Completam a discografia de Gustavo Telles & Os Escolhidos, os seguintes trabalhos: “Eu perdi o medo de errar” (2013), “Ao Vivo no Theatro São Pedro” (2017) e “Gustavo Telles & Os Escolhidos” (2017), este último também lançado em vinil.

Muitos artistas sonham em um dia se apresentarem no palco do Teatro São Pedro, na capital do nosso estado, e esse foi mais um feito na trajetória de Gustavo. Em novembro de 2013, ocorreu o lançamento do álbum “Eu perdi o medo de errar”, nesse local sagrado em que muitos nomes importantes já passaram. Também podemos citar os shows realizados durante o Açaí Festival, no Pepsi on Stage, em Porto Alegre; o projeto Prata da Casa, no SESC Pompeia, em São Paulo, o Mississipi Delta Blues Festival, em Caxias do Sul, o projeto Som no Salão, no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre e o Festival da Cerveja Gaúcha em Santa Cruz do Sul.

Atualmente, devido à pandemia do Coronavírus que já dura há aproximadamente um ano e meio, Gustavo deixou sua vida em Porto Alegre e retornou à Vacaria, para ficar com sua família e respeitar esse momento de isolamento. Porém, sua mente criativa nunca para.

“Estou cooperando com projetos de amigos, continuo mantendo um estúdio que montamos em POA que possibilita fazermos as nossas próprias gravações, tenho composições saindo do forno e muitas ideias para colocar em prática. A música é o que me faz respirar, é minha verdadeira fonte de energia, principalmente nesse momento difícil pelo qual estamos passando. Só a arte é capaz de nos acalmar”, afirma.

No fim de maio, o músico deu início à gravação de novo álbum, o qual pretende finalizar ainda este ano.

Sobre a cena musical de Vacaria, Gustavo comenta:

“Tem muita gente talentosa aqui, alguns saíram, outros ficaram. Particularmente, fico muito feliz quando vejo o pessoal trabalhando em músicas próprias, pois compor é uma maneira de expressar sentimentos, ideias, e dar forma a isso significa acreditar em si mesmo e também no potencial dos músicos que estão conosco. Música tem a ver com compartilhar emoções, e para isso, os músicos que atuam juntos têm que acreditar que é possível fazer algo que seja de verdade e que tenha alguma relevância. A vida está complicada demais, a pandemia, a situação política caótica e triste que vive o Brasil… É necessário acreditar, acreditar que as coisas podem melhorar e colocar isso na música”, conclui ele.

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