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A mãe que aprende
diariamente com seu filho

Mariza, há 37 anos, é mãe do Murilo, o primeiro de seus três filhos e que nasceu com síndrome de down

12/05/2017 Especiais Carol Padilha e Matheus Huff Bruna Bueno

Mariza, há 37 anos, é mãe do Murilo, o primeiro de seus três filhos e que nasceu com síndrome de down. Na época, a medicina ainda não tinha explicações claras sobre essa condição médica. Por isso, os recursos para tratamento eram escassos. “Depois do parto, os médicos vieram ao meu quarto no hospital. Lá disseram que meu filho era uma criança diferente, que talvez não andasse, não falasse e que, provavelmente, desenvolveria problemas cardíacos”, relembra a mãe, que ficou em estado de choque ao ouvir essas notícias.

A amamentação de Murilo foi um problema delicado. Por orientação médica, a mãe deveria dar leite sempre cuidando para que ele não se afogasse, já que o seu esôfago era de um tamanho menor. O medo e a insegurança fizeram com que o leite de Mariza não descesse, passando essa tarefa para a madrinha do bebê. “Tudo teria sido mais fácil se eu tivesse a minha mãe ao meu lado. Porém, ela já havia falecido quando eu dei a luz ao Murilo e isso me fragilizou mais ainda”, lembra.

Para mim, o meu filho é perfeito. Ele me instiga a ser melhor, em cada abraço apertado que me dá”

A qualidade de vida para uma criança especial é fundamental para que haja aumento da estimativa de vida e o desenvolvimento de habilidades motoras, artísticas e de raciocínio lógico. Mesmo sem muito esclarecimento, Mariza foi atrás de outras mães que também passavam pela mesma situação e pediu ajuda. A partir daí, Murilo começou a frequentar a APAE e a escola regular, a viajar com o pai e ter obrigações em casa.

De acordo com Mariza, a inclusão de crianças especiais ainda é um assunto a ser mais debatido. As escolas ainda não estão totalmente preparadas para receber e aplicar atividades voltadas a esses alunos. Além disso, os professores são os responsáveis pelos planos de aula de modo que atenda a todos os estudantes, uma tarefa nada fácil para ser realizada sozinho. “É difícil deixar um filho em uma escola regular, sabendo que ele pode virar piada entre os demais”, preocupa-se a mãe.

Murilo guarda na memória as pessoas queridas para ele, gosta de pintar, sente ciúmes da irmã mais nova, é muito carinhoso e apaixonado por doces. Hoje, com quase quarenta anos, ainda é tratado como o bebê da casa, mas é considerado um vencedor por seus familiares. “Para mim, o meu filho é perfeito. Ele me instiga a ser melhor, em cada abraço apertado que me dá”, orgulha-se Mariza.

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