Linda, super inteira e cheia de charme

Vamos relembrar um Inegociável feito em 2014, que conta a história da Variant laranja do seu Varaschin. Uma TL Luxo 1600 cc, com dois carburadores, motor deitado (refrigerado a ar) e cambio com cinco marchas

01/07/2014 Inegociáveis C20 Comunicação Bruna Bueno

Qualquer brasileiro, na faixa etária entre 40 e 50 anos, deve ter andado pelo menos uma vez num carro Volkswagen com motor traseiro. Sem contar aqueles que foram proprietários de um veículo dessa “linhagem”. E o saudosismo vai além:

“Eu tenho três, sendo dois Fuscas, 1976 (placa preta) e outro 1985, uma Variant 1972. Também tenho um Passat 1983”, lista o empresário Antônio Varaschin.

Para ele, “é a paixão por carros” e, principalmente, por este tipo de veículo, que o faz conservá-los e protegê-los tão bem. Nesta edição do “Inegociável”, a revista C20 Veículos destaca a Variant laranja de Varaschin. Mas poderia ser qualquer um dos VW do empresário. Todos estão originais e ele não vende por qualquer valor. Aliás, não vende! “Já tive propostas, mas prefiro não vender”, completa. A Variant em questão é uma TL Luxo 1600 cc, com dois carburadores, “motor deitado” (refrigerado a ar) e cambio com cinco marchas. Já foi avaliada em R$ 45 mil, mas o empresário prefere evitar levar o assunto “para este lado” e desconversa.

“Venha ver o rádio, é da época e ainda funciona perfeitamente. O acabamento interno, que nunca foi trocado, de couro sintético nas laterais e estofado em cima. Pneus e rodas inteiras e também originais. O ar do estepe ainda é de 1972”, elenca Varaschin.

As fotos, de autoria de Bruna Bueno, foram feitas na entrada do antigo Frigorifico Vacariense (Friva), onde há um posto de combustíveis desativado, à margem da BR-116. “A ideia foi voltar um pouco no tempo”, explica Bruna.

VIAGEM NO TEMPO

E realmente: ao entrar na Variant de Varaschin, tem-se a nítida impressão de abrir a porta de um túnel em direção ao passado. Dá para ver também a preocupação que a fabricante tinha (ou ainda tem) em adaptar os veículos para o Brasil. Muitos dos assessórios, considerados de primeira linha entre os anos de 1960 e 70, eram colocados para evitar que o barro, as pedras e a poeira danificassem a lataria do carro. Para manter os vidros entre abertos em dias de garoa, foram instaladas calhas de plástico. Os bancos traseiros podiam ser dobrados para deixar o espaço ainda maior. Nos vidros traseiros, uma janela tipo basculante completa o conforto dos passageiros. O parachoque (metalizado) dianteiro tem embutidas as sinaleiras. As calotas e o grande volante, também com detalhes em metal, dão um charme a mais à essa station-wagon quarentona. No todo, ela é simples, mas muito funcional.

Antônio Varaschin teve sorte quando encontrou “a relíquia” em São Paulo, há cerca de 20 anos. O antigo dono também tratou-a com muito cuidado. Com o novo proprietário, ela recebeu o troféu “Mais Inteira” num encontro de veículos antigos. Agora, Varaschin diz que não participa mais destes eventos e quer deixá-la na garagem, dando apenas o tratamento que ela merece. “Não que vá aposentá-la, já que só rodou 21 mil quilômetros e ainda encara bem a estrada. Mas prefiro cuidar dela na garagem”, sentencia.

ESPAÇO QUE CONQUISTOU O BRASIL

A VW Variant que os brasileiros conheceram é derivada de um protótipo da matriz que nunca foi produzido. Estreou por aqui em 1968, com faróis retangulares. Imediatamente, foi aceita pelo mercado, já que fazia até 130 km/h e podia levar uma família média de cinco pessoas, além da bagagem. Por falar nisso, com o motor atrás, sobrou espaço para um porta-malas na frente. A Volkswagen usou este artifício para chamar a atenção dos consumidores. Taxistas também se tornaram grandes fãs do veículo na época. A partir de 1970, os faróis foram arredondados, dois de cada lado e seu design foi sendo remodelado. No ano de seu lançamento, foi considerado o “Carro Mais bonito do Brasil” pela revista Quatro Rodas. Em 1971, a Variant foi eleita o Carro do Ano pela revista Autoesporte. Ganhou a segunda geração em 1978, fabricada até 1981.

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