A beleza do pontilhismo

Claudio Andrei Cassol tem vinte e três anos e desenvolve uma técnica de desenho que surpreende pela delicadeza e precisão

01/10/2018 Artistas Carolina Padilha Alves Tiago Sutil

Morando em Caxias desde 2013, Claudio está se formando em Design pela FSG e tem paixão pelo desenho desde muito pequeno. Em sua família, suas duas irmãs, sua sobrinha, seu pai, entre outros membros, sempre tiveram facilidade quando colocado uma caneta e um papel na mão, por isso, o incentivo para que siga nessa profissão é sempre grande.

Apesar de nunca ter feito nenhum curso, mas somente algumas cadeiras de desenho na faculdade, Claudio sempre se destacou na área e, principalmente, no pontilhismo, técnica de pintura que se resume em fazer pequenos pontos ou manchas até que se forme uma figura, sem a utilização de riscos.

Para fazer pontilhismo, é preciso muita atenção e paciência, já que o tempo necessário para terminar um desenho, por vezes, é muito maior do que o feito com traços e colorações diferentes. Há pouco mais de um ano atrás, o artista se interessou por passar do papel para a pele, começando a colocar sua arte na tatuagem. “Um estúdio de tattoo me chamou para desenvolver alguns desenhos e foi então que comecei a observar o tatuador e me interessei pela prática. Atualmente, meu foco é o black work, ou seja, não trabalho com cores, apenas preto e cinza, o pontilhismo e hachura”, explica.

As diferenças entre a pele o papel são muitas e, por isso, Claudio está sempre buscando, na prática, entender a melhor maneira de conversar com os dois mundos. Ainda em fase de adaptação como tatuador, ele não trabalha com cópias, mas sim, desenvolve todos os desenhos que vão virar tatuagem.”Quero que meus clientes venham até mim por se identificarem com o meu estilo e por confiarem no desenho de minha autoria. Para oferecer o melhor, existem horas de estudo e esforço por trás”, comenta.

Seus planos para o futuro incluem explorar mais as possibilidades artísticas do desenho, como o grafite, com o qual já se arriscou em alguns momentos, além de pensar em mudar de cidade e continuar tendo a tatuagem como profissão. “Acredito em sair da bolha e conquistar uma bagagem cultural muito maior. Sei de países na Europa que ensinam gratuitamente muitas técnicas de tatuagem que, aqui no Brasil, ninguém quer nos ensinar por medo da concorrência”, diz Claudio.

Claudio é mais um talento vacariano exportado, que não acredita em dom, mas sim em muita prática e com potencial para chegar longe, levando o nome de nossa cidade consigo.

 

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